Poema de Clarice Lispector
Seja bem-vindo ao site de Poemas para Orkut. Aqui você encontra centenas de Mensagem, Poetas, Poemas de Clarice Lispector, Poesias, Mensagens, Pablo Neruda, Poemas famosos, Recados e Scraps para Orkut, Recadinhos e poemas que você pode usar no Orkut, MySpace, Hi5, no seu Blog e Fotolog.
Você está em:
Poemas »
Clarice Lispector »
O primeiro beijo
O primeiro beijo
Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:
- Sim, já beijei antes uma mulher.
- Quem era ela? perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.
E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...
Ele se tornara homem.
(In "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998)
Fonte: Clarice Lispector
ID: 745
Últimos Poemas
O momento de sermos felizes
Felicidade: Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia bastante para realizá-los, a respeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente...
Agenda da Felicidade
Felicidade: O sorriso... é o cartão de visita das pessoas saudáveis.
Distribua-o gentilmente.
O diálogo... é a ponte que liga as duas margens, do eu à do tu.
Transmite-o bastante.
O amor... é a melhor música na partitura da vida.
Sem ele, você será um(a) eterno(a) desafinado(a).
A bondade... é a flor mais atraente do jardim de um...
Nunca vou dizer adeus
Amor: "O amor
É quem nos deixa assim
Às vezes faz chorar,
Sorrir
O amor ensina
O coração
Saber dizer
O sim ou não
Saber amar
É perdoar
Dizer não a mim,
E sim a nós dois
Deixar o coração
Se entregar
E construir
Um grande amor
Que resista a ventos
E temporais
Que nos ensine
A não olhar atrás
Eu não vou, Eu nunca
Vou dizer adeus
Ao nosso amor
De...
Nada Empedirá Meu Sorriso
Felicidade: Nada Empedirá Meu Sorriso
Nem a tristeza, nem a desilusão
Nem a incerteza, nem a solidão
NADA ME IMPEDIRÁ DE SORRIR.
Nem o medo, nem a depressão,
Por mais que sofra meu coração,
NADA ME IMPEDIRÁ DE SONHAR.
Nem o desespero, nem a descrença,
Muito menos o ódio ou alguma ofensa,
NADA ME IMPEDIRÁ DE VIVER.
Em meio as trevas, entre...
8 de Março - Dia Internacional da Mulher
Dia das Mulheres: Dia Internacional da Mulher
Seja inteligente
Seja carinhosa
Seja batalhadora
Seja delicada
Seja linda
Seja sensivel
Seja romântica
Seja sensual
Seja sincera.
Seja você sempre.
Seja Mulher!
Parabéns pelo seu dia.
...
Acabou por acabar
Fim de Relacionamento: Não é nada agradável falar,
isso dessa maneira.
Mas assim como as coisas começam,
um dia elas terminam.
É o fim de tudo!
Infelizmente eu não gostaria de enviar
isso pra você. Mas acabou,
terminou um relacionamento
que pouco durou,
ou pouco existiu.
Afinal estivemos apenas por estar,
ficavamos apenas por ficar,
falavamos apenas por falar,
fazíamos apenas por fazer.
Não nos demos por...