Poema de Cecília Meireles
Seja bem-vindo ao site de Poemas para Orkut. Aqui você encontra centenas de Mensagem, Poetas, Poemas de Cecília Meireles, Poesias, Mensagens, Pablo Neruda, Poemas famosos, Recados e Scraps para Orkut, Recadinhos e poemas que você pode usar no Orkut, MySpace, Hi5, no seu Blog e Fotolog.
Você está em:
Poemas »
Cecília Meireles »
Coliseu
Coliseu
Cem mil pupilas houve:
- cem mil pupilas fitas na arena.
Os olhos do Imperador, dos patrícios,
dos soldados, da plebe.
Os olhos da mulher formosa que os poetas cantaram.
E os olhos da fera acossada,
do lado oposto.
Os olhos que ainda brilham fulvos,
agora, na eternidade igual de todos.
Cem mil pupilas:
- ilustres, insensatas, ferozes, melancólicas,
vagas, severas, lânguidas...
Cem mil pupilas vêem-se, na poeira da pedra deserta.
Entre corredores e escadas,
o cavo abismo do úmido subsolo
exala os soturnos prazeres da antiguidade:
Um vozeiro arcaico vem saindo da sombra,
- ó duras vozes romanas! -
um quente sangue vem golfando,
- ó negro sangue das feras!
um grande aroma cruel se arredonda nas curvas pedras.
- Ó surdo nome trêmulo da morte!
(Não cairão jamais estas paredes,
pregadas com este sangue e este rugido,
a garra tensa, a goela arqueada em vácuo,
as cordas do humano pasmo sobre o último estertor...)
Cem mil pupilas ficam aqui,
pregadas nas pedras do tempo,
manchadas de fogo e morte,
no fim do dia trágico,
depois daquela ávida e acesa coincidência
quando convergiram nesta arena de angústia,
que hoje é pó e silêncio,
esboroada solidão.
(As pregas dos vestidos deslizaram, frágeis.
E os sorrisos perderam-se, fúteis.
Sobre o enorme espetáculo, que foi o aroma dos cosméticos?)
Fonte: Cecília Meireles
ID: 825
Últimos Poemas
Eu não existo sem você
Vinícius de Moraes: Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o...
Das Utopias
Mário Quintana: Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas! ...
O Silêncio
Mário Quintana: Há um grande silêncio que está sempre à escuta...
E a gente se põe a dizer inquietamente qualquer coisa,
qualquer coisa, seja o que for,
desde a corriqueira dúvida sobre se chove ou não chove hoje
até a tua dúvida metafísica, Hamleto!
E, por todo o sempre, enquanto a gente fala,...
Eu gosto de viver
Agatha Christie: Eu gosto de viver. Já me senti ferozmente, desesperadamente, agudamente infeliz, dilacerada pelo sofrimento, mas através de tudo ainda sei, com absoluta certeza, que estar viva é sensacional. ...
Soneto LXXXVIII
William Shakespeare: Quando me tratas mau e, desprezado,
Sinto que o meu valor vês com desdém,
Lutando contra mim, fico a teu lado
E, inda perjuro, provo que és um bem.
Conhecendo melhor meus próprios erros,
A te apoiar te ponho a par da história
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
Então, ao...
Nunca amamos ninguém
Fernando Pessoa: Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor...